Galhofas? Fanfarrões? Zoeiros? Imaturos? Ou apenas um grupo de maçons que tem por objetivo de vida malhar de tudo e fazer valer o objetivo da maçonaria que é de tornar a Humanidade mais feliz e alegre?
Este Cavaleiro Rosa-Cruz vai falar hoje desses pândegos maçonzinhos que apenas tem o objetivo de rir deste mundo sério e espalhar alegria e felicidade para os 4 cantos…
Palhaços
Acompanha esse cast maçonico comigo: Palhaço Quero-Quero, Palhaço Carequinha, Palhaço Fred, Palhaço Zumbi, Palhaço Arrelia, Palhaço Picolino, Palhaço Ranzinza e pra fechar Papai Papudo e palhaço xuxu. Já dá pra fazer uma loja chamada “Palhaçada nº6933”. Estes palhaços, são a mais alta cultura maçonica que o Brasil teve. Por um momento, pode parecer estranho, mas é o palhaço e a palhaçada que leva a maçonaria para um patamar que nos dá orgulho. Toda esta trupe da alegria, são dos maiores executores de ritual do Brasil. Uma coisa que se perdeu ao longo do tempo em tempos de tapetinho de árvore da vida.
É difícil esquecer que existia (e ainda existe) uma loja assim. A Salomão nº0021, federada ao Grande Oriente do Brasil, era a loja aonde se reuniam os palhaços, atores de novelas de rádio e do teatro. A execução do ritual era impecável, com os mestres da loja fazendo todas as cerimônias bem decoradas, de aprendiz ao grau de Rosa-cruz. Talvez, a Loja Salomão nº0021 fosse a primeira loja de instrução que o tupinistil já tivesse visto, com a alcunha de “Loja Escola”, pois vários irmãos do Brasil iam na loja Salomão para ver a sua execução ritualística, sendo uma loja que ficava sempre cheia. E pelas atas antigas, é possível ver que era uma loja de boa egrégora, bem humorada, cheia de alegria, e ao mesmo tempo séria em sua execução ritualística. A loja, tinha como membros pessoas como Eduardo Temperani, o primeiro Homem-Bala do Brasil. Aymoré Pery, O André Gargalhada e palhaço zumbi, muito famoso pelas marchinhas de carnaval. Oscar Lorenzo Jacinto de La Inmaculada Concepción Teresa Diaz, Oscarito, o pai do humor Brasileiro. E ainda tivemos nessa loja até o saudoso palhaço carequinha, que não era bem um membro, mas era do quadro de ritualística. Não apenas isso, a Loja Salomão através do seu tronco de solidariedade, promovia o natal com pobres e desvalidos. Dando amparo aqueles que estavam a margem da sociedade. Também era a loja que durante a 2ª guerra mundial dava o tronco de solidariedade para as famílias dos nossos queridos pracinhas.
Mas porque palhaços e porque maçonaria? É fácil de se explicar, pois os artistas circenses eram marginalizados pelo Brasil, além de ser a “coisa de vagabundo” que vovó falava, existia o estigma do roubo de criancinhas e de gado. Mas eram os maçons que davam guarida a esses profissionais marginalizados, que sempre levavam alegria para o nosso povo. E sempre onde tinha um circo, tinha uma loja maçônica. Você aí, maçom cheio dos preconceitos, saiba que sua instituição já acolheu muita gente que um dia foi chamada de pária pela sociedade… Fica esperto!
Mas, existem palhaços e palhaços na sociedade. Assim como maçons e maçons. Nem todo palhaço é legal, assim como nem todo palhaço maçom também é legal. Jânio Quadros era um palhaço e maçom, e a única palhaçada legal que ele falava era “Fi-lo porque Qui-lo”. De resto, a palhaçada de dar medalhinha pra Chê Guevara e de falar de forças ocultas foi uma palhaçada muito mais sinistra. E nos deu uma dor de cabeça manca por sífilis, que depois virou uma dor de cabeça maior ainda, de cor verde-oliva com muita ideia de desenvolvimento.
Assim como o exemplo a cima, vão sempre existir palhaços que tentam com suas palhaçadas melar uma zoação na manha. Assim como vão ter os mais sisudos da parada que acham que a maçonaria só pode ter os clássicos classudos, os ternos hugo boss, os chadornays de Mont Pèlerin no ágape. Mas mal eles sabem, que o fenômeno dos palhaços na maçonaria é mundial.
Temos por exemplo, na Inglaterra, Peter Sellers, o inspetor Jacques clouseau da pantera cor-de-rosa, Jim Davidson, comediante de stand-up, Freddie Davies, humorista e cantor, Bob Monkhouse, famoso pelos seus Game Shows . Nos EUA temos Harpo Marx, um dos irmãos marx, Oliver Hardy, o Gordo de “O gordo e o magro”, Bob Hope, o quagmire da vida real, William Alexander "Bud" Abbott, da dupla cômica Abbott & Costello, Richard Pryor, comediante de stand-up e apareceu em superman 3. E não podemos nos esquecer de Mel Blanc, o MITO que deu voz ao Pernalonga, Patolino, Gaguinho e Pica-Pau. Isso só pra não falar dos franceses, belgas, holandeses. Todos são palhaços, e todos eles foram excelentes maçons.
O palhaço é tão icônico na maçonaria que temos até nos shriners uma institucionalização dos palhaços. O International Shriner Clowns Association é uma instituição que congrega esses palhaços, que vão dar alegria as pessoas nos hospitais. O site deles (http://www.shrineclowns.com/index.asp) é uma palhaçada só: Fonte Comic Sans, Gif com símbolo do shriners rodando, foto de um monte de gordinhos de pancake branco no rosto, tudo pra irritar jovem e gente sofisticada. Eu, não faria menos que isso, e espero q meu membership chegue neste ano.
É o que geralmente acontece em lojas onde esses tipos aparecem. Muito bem humorados, mas muito chatos na execução do ritual. Talvez, essa alegria com execução magna no ritual vem do espírito de Lojas como a Salomão nº0021 ou sua contraparte inglesa, a Chelsea Lodge Nº3098. É nesses casos que se deve respeitar o palhaço, aquele de verdade, que traz alegria e execução ritualística. Já eu, sou do clube dos palhaços, gosto de soltar uma piada e ver meus irmãos rirem no meio de uma sessão chata como a de finanças, ou no ágape no podrão mais próximo do templo.
O mundo meus irmãos, anda sério demais, duro demais. As palhaçadas q eram simples zoeiras de uma mesa de bar ficaram mais sinistras, sérias demais pra se levar a sério. Cabe ao palhaço, aquele de verdade, fazer aquela máxima do chanceler na grande loja: Deixar a Humanidade mais feliz.
Aos palhaços sem graça, sugiro um dia com o DVD de Chico Anísio, uma semana escutando as melhores de costinha, uma trilha sonora de fim de tarde com o inigualável “A besteira é a base da Sabedoria” do filósofo mediterrâneo Falcão e uma boa leitura de Ary Toledo. Pois Talvez assim, o palhaço sem graça comece a ficar engraçado, e escutando a mais alta filosofia humorística, pare de fazer zoeiras sinistras, que deixam a gente aí sentindo seus efeitos por anos (Talvez faltou isso para Mário Bhering: Um pouco de carequinha, um dia de matinê com oscarito e grande otelo, varias marchinas de lamartine babo. Talzez, TALVEZ, a palhaçada q ele fez com a maçonaria Brasileira fosse mais parecida com um humor do cinema novo do que um filme do zé do caixão).
Já aos mais sisudos, deixo a máxima do poeta marginal do humor brasileiro batoré:
Á PARA Ô
PAX VOBIS